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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Alex

Alexandra não quer sorrir, só não gosta de chorar
Entregou a alma ao corpo e o corpo entregou ao mar
E por mais ondas que enfrenta e mais sal que já provou
O dia continua noite, na solidão se afogou

Mas se a tempestade passa,  o orvalho aqui ficar
Manda embora as nuvens e limpa me esse olhar
Veste te da tua cor e sé quem tu és mais
Abre nos teus olhos esses magníficos portais










segunda-feira, 19 de maio de 2014

Confronto Directo

Estou perdido nisto, não sei o que fazer do olhar que se opõe ao confronto directo de um cruzar de corações entre dois seres de igual forma tímidos,  um aglomerado de sentimentos se enchem no meu peito e num corpo que me treme, enquanto tento parecer absurdamente normal, e ela olha e eu sustento e volto a olhar de novo como se da vista sobrevivesse o respirar, entramos em confronto directo mas se é nos olhos ou no ar onde o tempo voa o planeta gira  e tudo o resto se sustenta a planar apenas dois seres se sentam e tentando desviar o mesmo simples olhar.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Tiago

Tiago disse, que vida era
Tempo vivo, na cova da serra
Mas ele é vivo ou apenas vive só
Na terra que existo p´ra cova que me vou.

E assim fui indo
Enrolado em mantas
Nessas linhas do tempo
Que nem existem tantas

P´ra serra me vou
E assim fui indo
Para o fundo da terra
Desprovida de sentido.
estou de rastos

terça-feira, 8 de abril de 2014

Ponto de Situação

Estou meio cansado dos paradoxos que crio para os meus caminhos, escrevo e penso e não acho que a solução possa existir, estou cansado de enrolar os meus pés nos tapetes que não existem e dormir sobre camas que não vejo, estou farto desse mundo de ilusão que eu crio sequencialmente, estou já morto por ver que não me vejo e ainda assim corro atrás de quem eu era como se as linhas do tempo se curvassem, e ninguém nota o meu esforço desgastante, ninguém vê a cara que me cobre o rosto pela sua ausência, ninguém nota na falta de reflexo dos olhos brilhantes que meu corpo sustinha, não tenho tempo e o que tenho é apenas um corpo demasiado usado, uma mente confusa, uma alma enjaulada no peito, e um peito ardente em chama escura.

domingo, 9 de março de 2014

Corpo nu

Queres me ver nu, mas este corpo não te pertence
paredes brancas eu sinto na minha face pálida e demente
e queres que te grite como a mim me grito por dentro
e que te mostre a parte negra do meu peito rochedo

Queres me ver raivoso, queres me, que te possa gritar
Quem sabe consiga te trazer desse sonho de embalar
Que acordem os céus que este azul é meu
Primeiro tira o branco do tecido da cor do teu véu

E muito o usas mas de noiva é p'ra casar
Que lágrimas escondidas em ti já não posso mais olhar
Limpa me o sal no meu corpo que é meu
Que apenas partilho este quando o cheiro sentir do teu

Quem em Veneza vives tu e em tempos fui só eu
larga de poemas e e arranca esse véu.

Cama Vazia

Acordei só p'ra te ver
Mas só o teu corpo cá estava
Tentei voltar a adormecer
Quando o sono não me amava

E senti que o era
De que fui e não sentia
Agora que deixei de ser
Sinto a minha mão vazia

Janelas do meu quatro
que da luz se fez o dia
e pássaro que de galho em galho
espalha a triste alegria

De que corpo esse é meu
E feito de espuma vazia
E alma penetrantemente
perdeu sua bela magia

Pois a viva de que era
Morreu de de novo o dia
Agora que nem o teu sinto
Durmo nesta cama vazia.